sexta-feira, 27 de julho de 2007

Crítica - O Livreiro de Cabul, de Åsne Seierstad

"O Livreiro de Cabul" é um livro fantástico para quem quer adquirir cultura sobre um país que gerou muita polêmica a partir do ano 2001: o Afeganistão. Mas este não é um livro que fala sobre os terroristas, sobre os assassinos ou religiosos fanáticos, mas sim um livro que fala sobre a cultura e modo de vida afegão.
Ele conta o antes, o durante e o depois da história de um povo sofrido por uma ditadura religiosa: o Talibã. Mas mesmo com tantas explicações na própria dissertação, é necessário um conhecimento prévio sobre o que foi o Talibã e o que ele fazia. Muitas das críticas falam que é o livro que melhor conta sobre o Afeganistão depois da queda do Talibã. Mas eu digo que ele conta antes e durante também pois ele nos dá breves passagens sobre essas épocas. Descobrimos as bárbares torturas cometidas pelos policiais religiosos, que chicoteavam pobres homens simplesmente por terem a barba ou as calças um pouco mais curta do que se deve, segundo o Islã.
Posso dizer também que todo o livro pode ser lido como um romance, contando de tempos em tempos as histórias de algumas personagens em especial, como histórias de Mansur ou de Leila. Histórias sobre o livreiro e suas viagens, de como era rígido para com a lei e severo com seus filhos. Posso dizer que ele é um romance dissertativo. Posso até mesmo dizer que é uma novela: uma novela de fatos de uma família não tão comum assim do Afeganistão. Uma novela onde nos apegamos a alguns personagens, odiamos outros, nos magoamos e desejamos a sorte para todos. Mas uma novela sem fim.
É um livro para fazer com que pensemos mais em nossa vida. Às vezes reclamamos tanto dela e nem imaginamos como pode ser muito mais difícil e complicada a vida em outros lugares. Faz com que tenhamos vontade de viver intensamente e aproveitar o que temos aqui.
Mas além das histórias das "personagens reais", temos toda uma história do Afeganistão, como por exemplo, de onde surgiu a burca; coisa que nem mesmo muitos do afegãos não sabem pelo analfabetismo. Coisa que conseguimos graças aos livros, a sabedoria e a vontade de conhecimento do livreiro de Cabul.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Desastre Aéreo - Congonhas

Nos deparamos mais uma vez com um desastre aéreo no Brasil em menos de um ano. E dessa vez temos mais vidas perdidas do que da última vez [o caso do boing da Gol]. E agora? É culpa do piloto por acaso? É culpa de quem afinal?
Vemos em vídeo que o piloto estava sim em alta velocidade. Mas quem me diz que a pista molhada não impediu a frenagem do avião? Ou quem me diz que houve algum problema nos freios? Não temos certeza do que aconteceu, mas se observarmos bem, no dia anterior ao dessa tragédia vemos que outro avião havia derrapado naquela mesma pista indicando o seu perigo. A culpa então é do piloto?
É claro que vão culpar o piloto... ele está morto! A não ser que queiram fazer uma mesa branca em Congonhas. Não quero culpar diretamente ninguém, mas alguém tem que ter a culpa dessa história.
Por que reabriram Congonhas sem que as obras estivessem concluídas? Por que permitiram a contrução da cidade em torno de Congonhas? Quem sabe não poderia ter sido um prédio residencial o atingido? E haverá próxima vez? Não se sabe, mas do jeito como as coisas andam não me admiro mais de outra tragédia aérea.
Desde o trágico acidente com o boing da Gol estamos enfretando um caos aéreo e ninguém parou pra pensar que está na hora de contruir mais aeroportos, de fazer a manutenção dos que já existem e fazer reformas necessárias para a segurança de todos! Como é que podemos pagar a dívida externa sendo que internamente estamos extremamente endividados? Não é da nossa casa que temos que nos preocupar primeiro?
E onde está nossa querida Ministra do Turismo para dizer aos familiares "Relaxa e Goza"? Foi uma falha ela ter falado isso há um certo tempo? Claro que foi! Além de saber o tamanho do caos que estamos vivendo, do perigo que corríamos, ela tem coragem de dizer algo desse nível? Claro! Nossa Ministra do Turismo é uma sexóloga e nada mais adequado do que ela para o nosso turismo sexual, não é verdade? E é realmente esse o nível de palavreado que nosso povo entende pela falta de ensino dada pelo governo.
Foi um erro o que a Marta Suplicy falou? FOI! Mas que tal pensar antes de falar e dar um melhor exemplo? "Relaxa e Goza". São essas as palavras de conforto dela para com os familiares e amigos das vítimas?
Estamos aqui parados, sem fazer nada. Reclamamos que ninguém faz nada. Mas antes de reclamarmos, que tal NÓS nos mexermos um pouco?

Paz e Bem.

sábado, 7 de julho de 2007

Irmã Morte

Irmã Morte

És tu, gélida e mórbida
Ó querida irmã morte.
E tremo só de pensar
No teu ataque. Que má sorte!

Penetra em minha carne
E meu coração dilaceras
Tirando meu único bem
As minhas poucas primaveras.

Ora, pois, não é o parto
A nossa primeira morte?
Mas não existe a última,
Mas também não resta o mais forte.

Mas agradeço a ti, irmã
Que leva minha desprezível vida.
E Que apesar de ser meu único bem
Ninguém estará para a despedida.

Poesia que enviei juntamente com outra chamada "Mostre-se" para o concurso de poesias da CNEC Capivari. Espero que gostem!

Paz e Bem